O Ministério da Saúde promoveu o II Encontro Nacional de Coordenadores de Saúde Mental dos estados e capitais neste mês. Durante o evento, o Departamento de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas (Desme) realizou uma oficina que abordou a interseccionalidade como estratégia para o combate ao racismo, reunindo especialistas e gestores para discutir estratégias focadas na população negra.
Rachel Gouveia, assessora técnica especializada do Desme, destacou que a oficina buscou qualificar os principais gestores da área, promovendo maior capilaridade no combate ao racismo. A abordagem considera as particularidades territoriais e geográficas, reconhecendo as diversas manifestações do racismo nas diferentes regiões.
Durante o encontro, os participantes discutiram estratégias para combater o preconceito racial, com foco em saúde mental e interseccionalidade. A interseccionalidade, que incorpora raça a outros marcadores sociais, foi explorada por Emiliano Camargo, do Instituto AMMA Psique e Negritude, e Daniel Campos, coordenador da pesquisa Censo de Atenção Psicossocial dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental do RJ, entre outros.
A relevância do quesito raça-cor nos sistemas de monitoramento foi destacada, especialmente no contexto da saúde mental da população quilombola, indígena e tradicional. A Portaria 344 de 2017, que exige o preenchimento do quesito raça/cor nos serviços de saúde, foi abordada, ressaltando a importância do reconhecimento da autodeclaração do usuário para compreender e combater o racismo em cada território.
A educação permanente para a Rede de Atenção Psicossocial no SUS também foi um tema em destaque, com ênfase na atenção integral às pessoas em sofrimento psíquico grave. O encontro fortaleceu o diálogo entre os gestores e especialistas, buscando estratégias eficazes para promover a saúde mental e combater as desigualdades raciais no contexto da saúde.
Fonte: Ministério da Saúde