Ano passado o termo “pandemia” se tornou comum, logo nos primeiros meses, ele se popularizou juntamente com as palavras delivery, máscara facial, álcool gel, termos que criaram o chamado “novo normal”. A reação sobre um risco global de vida, transformou a realidade e ditou regras sociais.
Fato que estranhamente não causa o mesmo impacto na população fica por conta de uma “pandemia” perigosa e notoriamente mortal que está presente há muito mais tempo e parece continuar sendo ignorada pela grande maioria das pessoas – A OBESIDADE.
Nas últimas décadas a população brasileira experimentou intensas transformações nas suas condições de vida, saúde e nutrição. Dentre as principais mudanças destaca-se a ascensão da obesidade. Segundo o artigo intitulado “Obesidade no Brasil, tendências atuais”, publicado pela mestra em Saúde Pública, Vanessa Alves Ferreira e a doutora em Saúde Pública, Rosana Magalhães, ‘estudos nacionais têm constatado o comportamento pouco uniforme do agravo no país. Dessa forma, diferenças regionais e entre grupos populacionais são evidenciadas. ’
O artigo progride mostrando que a obesidade avança em todas as faixas etárias e classes sociais, com impacto significativo nas mulheres inseridas nos estratos de menor renda. ‘Nota-se, ainda a difusão da obesidade em todas as regiões geográficas, especialmente, no meio urbano. Tais resultados descrevem a magnitude da obesidade nos países em desenvolvimento e ressaltam a complexidade do perfil nutricional dessas populações. ’ O Brasil tem seguido tendência semelhante a verificada nos países latino-americanos. Todas essas transformações têm imposto ao campo da saúde pública inegável desafio na atualidade.
Um dos grandes desafios da vida moderna é manter uma alimentação saudável e balanceada. Com o dia a dia cada vez mais corrido, as pessoas buscam equilibrar tarefas e dedicam pouca atenção às refeições e as famílias acabam não tendo tempo para preparar um cardápio adequado. Somando a este cenário a ascensão do sedentarismo, temos a obesidade em todo o globo.
É preciso compreender que esta condição de risco é uma pandemia e mata de maneira silenciosa e progressiva. Pouco se debate sobre as consequências dos maus hábitos que levam a esta doença. O consumismo e o mercado milionário das ‘junk foods’ recaem como principais causas deste mal. Já na internet, crescem os produtos que prometem emagrecimento milagroso, mais uma característica de um comércio desenfreado unicamente baseado na lei da oferta e procura.