Foram 12 dias de angústia, até que Andrei Junior Koller, de 36 anos, pudesse respirar de novo. Em julho de 2020, ele se viu entre as vítimas de um vírus que, até então, era pouco conhecido, mas considerado fatal, em muitos casos. Hoje, ainda se recuperando das sequelas deixadas pela infecção, ele comemora o anúncio da aprovação de vacinas contra o novo coronavírus e não tem dúvidas ao dizer: ganhou uma segunda chance de viver.
“Minha esposa é enfermeira e, certo dia, chegou em casa dizendo não estava se sentindo muito bem. Ela teve dor de cabeça e perdeu o paladar, nada grave, mas logo veio a confirmação Covid-19. A partir dali, eu já sabia que também seria contaminado”, relembra.
Andrei explica que foram alguns dias até que ele começasse a sentir os sintomas, que começaram com mal-estar, febre e falta de ar. “Era uma terça-feira. Logo no início, procurei um médico, já estava com 25% do pulmão comprometido, mas me mandaram voltar para casa. No dia seguinte, piorou, e em seis dias eu já estava com 50% do pulmão comprometido”, conta.
O casal ainda se preocupava com o filho, de três anos, mas o menino não teve sintomas da doença. Diferente de Andrei, que precisou ser entubado, passou dois dias em coma induzido, quatro na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), até finalmente se recuperar e receber alta, no dia 1º de agosto.
“Meu estado era gravíssimo, não dava para saber se eu reagiria a medicação. Mas, por um milagre, eu tive uma melhora significativa. Sou um sobrevivente”, conta.
O representante comercial diz ainda que apesar do trabalho, que exige visitas a clientes, sempre procurou cumprir as medidas de prevenção, como uso de máscaras e distanciamento social. Sem comorbidades, porém, acima do peso, ele considerava um risco ser contaminado, mas jamais imaginou a gravidade da doença.
Agora, depois de ter travado uma batalha contra o vírus, e viver a perda de um amigo, que morreu vítima da doença, considera que as vacinas aprovadas pela Anvisa, que já começaram a ser aplicadas em todo o Brasil, devem salvar vidas. “Vejo como muito positivo, por mais que seja algo emergencial, muitas pessoas estudaram e se dedicaram para que hoje tivéssemos essa vacina. Enquanto não chega a minha vez, vou continuar me cuidando. Aprendi a valorizar o que é simples e dedicar mais amor em tudo”, finaliza.