Com números preocupantes, o mês de março nem bem começou e já traz um saldo de contágio pelo novo coronavirus crítico ao Mato Grosso do Sul. A falta de profissionais na área também tem sido debatida entre as autoridades que reforçam o pedido para que haja consciência coletiva e evite aglomerações.
De acordo com o último boletim epidemiológico da COVID-19, publicado nessa quinta-feira (4), pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), são cerca de seis mortes a cada 24horas.
Para o secretário de saúde, Geraldo Resende, relata o desânimo dos profissionais da saúde é preocupante e a população tem se esquivado do problema, como se não houvesse pandemia.
“Nossos profissionais estão exaustos, e enfrentando um dilema enorme, estão se expondo para salvar vidas e ao mesmo enxergando que a população está pouco ligando para as recomendações que eles mesmo tem realizados e nós como autoridades da saúde temos adotados”, explica.
Resende afirmou ainda que muitos deles não querem mais colocar suas vidas e dos seus familiares em risco para salvar vidas que muitas vezes agem de forma irresponsável. “Estão contraindo a doença, se aglomerando e indo em festas clandestinas contaminando seus familiares, enfim pessoas que negam a doença e que não tem nenhuma empatia com o próximo”.
No contra ponto disso, o secretário ressalta que medidas estão sendo tomadas para o programa Prosseguir seja aplicado de forma eficiente e que cabe aos governantes municipais tomarem medidas mais rígitas para conter o avanço da doença. E descartou a possibilidade de haver nova implantação dos Hospitais de Campanha, tendo em vista que não foram eficientes no primeiro momento.
“Hospital de campanha, mostrou-se ineficaz a doença, ela se apresenta de uma forma que nós precisamos de leitos de UTIs bastante estruturado, não improvisados. Estamos tentando em um esforço derradeiro e já conseguimos a sinalização de novos leitos” afirmou.
Novos Leitos - De acordo com o secretário, Ponta Porã já disponibilizou dez novos leitos, Dourados, cinco leitos e podem haver mais dez leitos no Hospital Universitário da UFGD, e dez leitos em Três Lagoas. “E estamos negociando com Campo Grande para que tenhamos novos leitos”.
Boletim – Segundo informou a SES, entre os óbitos desse último boletim está uma mulher, de 39 anos, moradora de Campo Grande, que não possuía comorbidades. Até agora, 14,3% dos óbitos são de vítimas que não possuíam outras doenças.
A ocupação global dos leitos totais está em 94% na macrorregião de Dourados. Em Campo Grande, apesar de menor, o número também gera extrema preocupação, a taxa é de 91%. Na macrorregião de Três Lagoas o número de ocupação é de 88% e na de Corumbá a taxa está em 75% de ocupação.
Do total de internados, Mato Grosso do Sul tem hoje 683 pessoas hospitalizadas. Em leitos clínicos públicos estão 232 pessoas e outros 129 pacientes estão em leitos privados, totalizando 361 leitos clínicos. Já os casos mais graves, que exigem internações em leitos de UTI, somam hoje 322 internados, sendo 247 pacientes em leitos públicos e 75 na rede privada.