Esperança e alívio tomam conta de Mato Grosso do Sul, com a chegada das vacinas, após mais de 10 meses de pandemia. Sentimentos estes compartilhados pelo empresário Adelaido Vila, atual presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Grande (CDL/CG), que foi contaminado pelo vírus e sofreu com a doença. Para ele, a vacina representa evolução e resiliência, além da esperança de que tudo volte ao normal.
“É difícil dizer que vamos retornar ao antigo normal, pois muitas coisas mudaram. Eu, por exemplo, achava que não tinha medo de morrer, mas descobri exatamente o contrário. Passei a valorizar a qualidade das coisas e não a quantidade. E, vejo que a vacina é algo que traz esperança para todos. Sabemos que ainda vai levar um tempo para que toda a população seja vacinada, mas é algo fantástico, que destaca a capacidade humana de recuperação, revolução e resiliência”, considera.
Adelaido Vila, que foi infectado em setembro de 2020, contou que ficou internado por cinco dias e teve 80% dos pulmões comprometidos. “Nós não paramos durante toda a pandemia, pois precisávamos tentar permanecer com o comércio minimamente em condição de abertura, para que os varejistas não quebrassem, para que os empregos fossem preservados. Então, não sei nem de onde veio a doença. Comecei a sentir uma certa fraqueza, um mal-estar, foi tudo rápido”, relembra.
O empresário e presidente da CDL CG relembra que nos momentos mais difíceis da doença pensou que não fosse superar e diz que ainda sofre com as sequelas. “Assustador. Eu detesto doença e travei uma luta interna muito grande para que aquilo não me abatesse. Mas, é tão grave a situação e independe da tua vontade. Ainda sinto muito cansaço e isso me chateia muito, eu sempre tive muita energia e costumo dizer que só paro quando termino. Hoje, ainda sou obrigado a parar várias vezes”, conta.
Apesar das sequelas, o empresário diz que se sente grato por ter superado a doença. “Ao longo das nossas vidas, ao longo da história da humanidade, tivemos muitos momentos em que ficamos brincando de Deus. Nos colocamos como capacitados a resolver tudo, donos do nosso ir e vir, maiores do que realmente somos e nos fechamos para tudo que realmente importa, como respeitar o outro, a natureza e o próprio Deus. Mas, com a pandemia do COVID-19 tivemos a oportunidade de olhar para dentro de nós e perceber que as coisas não funcionam bem assim. É a nossa oportunidade de evoluir, ter resiliência e pensarmos em tudo que nos cerca, fortalecendo o que é essencial a vida. Seja a vida de quem for”, pondera.
Vacinação
A primeira fase o Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19, lançado nesta segunda-feira (18), já começou em diversos municípios do Estado. Em todos os pontos iniciados, o sentimento de quem recebe a vacina Coronavac é de esperança e de otimismo.
O primeiro lote que chegou ao Estado tem 158 mil doses enviadas pelo Ministério da Saúde. A distribuição para os 79 municípios segue o Plano Estadual de Distribuição da Vacina contra a Covid-19, por intermédio de força-tarefa da Secretaria de Estado de Saúde (SES) e da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp).
Nessa primeira fase serão imunizados os idosos com mais de 60 anos que moram em instituições como casas de repouso, além de indígenas e trabalhadores da área da saúde que estão na linha de frente contra a pandemia de Covid-19.
Campo Grande
Na Capital, após as três primeiras pessoas imunizadas, as demais imunizações deram sequência nesta terça-feira (19), pela Prefeitura Municipal de Campo Grande. No lançamento de ontem, foram imunizadas a indígena Domingas da Silva, da aldeia Tereré, em Sidrolândia; a dona Maria Bezerra de Carvalho, idosa que completará 83 anos; e o médico Márcio Estevão Midom, de 43 anos.