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PREVENÇÃO

Como cuidar dos intestinos para prevenção de câncer

Dra. Jhelly Valcanaia / CRM MS 8149 RQE 5291, de Campo Grande 8/02/2021 - 10h01
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De acordo com os dados do INCA de 2020, o número de novos casos de câncer de intestino é de 40.990, hoje já se configurando o segundo tipo de câncer mais comum entre homens e mulheres, com uma mortalidade que chega próxima aos 10%, um número alto devido aos exames disponíveis e as campanhas de prevenção difundidas em todo pais, e que vem crescendo com os anos em proporções assustadoras. 

Os principais fatores responsáveis pelo aumento do risco são a idade a partir dos 50 anos, o mau hábito alimentar rico em alimentos industrializados ricos em açúcares, cheio de conservantes e melhoradores de sabor, alto consumo de carnes vermelhas e processadas como bacon, mortadela, presunto, peito de peru, salsicha e salame, o baixo consumo de fibras, encontrado principalmente em folhas verdes, legumes, frutas, aveia, chia e sementes, o sedentarismo e o ganho de peso, que contribuem para o desenvolvimento de uma inflamação crônica no corpo. 

E é sobre exatamente isso que quero conversar com vocês nesse artigo. Quantas vezes já ouviu falar que carne vermelha em excesso e a falta de fibras seria um fator de risco para o desenvolvimento de câncer de intestino? Pode ser que seja a primeira vez, pode ser que já tenha ouvido falar diversas vezes. Mas provavelmente se não passou por um problema de saúde grave, se não conhece algum familiar ou amigo próximo com este diagnóstico, esses dados não farão diferença na vida de muitas pessoas. Por que geralmente o ser humano é programado para mudanças apenas em situações de dor. Quando talvez já possa ser tarde demais. Quando o corpo já padeceu com cirurgias agressivas, com tempo longo de internação hospitalar e dias exaustivos de quimio e radioterapia. 


Estar com o diagnóstico de câncer gera um impacto muito grande no corpo físico e no psicológico da pessoa. É uma mistura de sentimentos envolvidos como medo de sentir dor, medo de imaginar o corpo sem um pedaço, medo da recuperação durante o tratamento, medo de ficar sozinho, medo da morte, tristeza em saber que vai deixar algum familiar, revolta por não ter podido completar aquele projeto ou por não realizar aquele sonho que sempre teve, raiva por não ter cuidado da saúde antes.

 E assim a pessoa começa a passar pelos cinco estágios de adaptação a doença, primeiro vem a fase de negação por estar em estado de choque com a notícia e ainda não aceitar, depois vem a revolta onde o paciente se considera com má sorte, ou quando passa a não crer e se confrontar com a sua fé, em seguida vem a fase de negociação em que o doente aceita sua doença e passa a barganhar com as pessoas ao redor, muitas promessas são feitas, logo após vem a fase de depressão em que o paciente pode cair em um estado de tristeza, falta de ânimo, alterações de sono importantes, fase geralmente em que os familiares sofrem muito, e por último chega a fase da aceitação, em que o paciente aceita o diagnóstico e pode ter características próprias desde fechar-se até querer aproveitar cada segundo da vida. 

Contei essa breve história para tentar te sensibilizar de alguma maneira a de uma vez por todas mudar seu estilo de vida com atitudes mais saudáveis. São pequenas escolhas que fazemos diariamente que nos colocam diante da doença ou da saúde. Se você não quiser ser um maratonista que como salada todos os dias tudo bem, acho que isso não será a realidade da maioria das pessoas, mas incluir algumas mudanças no cotidiano já servirão para garantir mais anos junto com sua família desfrutando os bons momentos. E a alimentação é a grande chave para desenvolver uma saúde plena, pois absolutamente tudo que comemos passa por nossos intestinos e consequentemente será distribuído a todos os sistemas do corpo. Como já dizia Hipócrates, o pai da medicina, “ Toda doença começa nos intestinos”, então esse deve ser nosso primeiro alvo na recuperação da saúde. 

Mas você pode me perguntar: doutora, não tenho a menor ideia de por onde começar! Eu prontamente lhe digo: comece com a mudança na sua alimentação. Escolha alimentos frescos, livres de conservantes, literalmente descasque mais e desembrulhe menos. Dê preferência aos alimentos livres de agrotóxicos, oriundos da agricultura familiar, moramos em uma região que ainda podemos ter acesso a isso. Os pesquisadores já indicam a dieta do mediterrâneo com sendo um padrão alimentar mais saudável para a saúde do seu intestino. São basicamente alimentos frescos, com predileção a peixes e frango, menor quantidade de carne vermelha, mais legumes, folhas, frutas e menos bebidas açucaradas, refrigerantes, alimentos ricos em farinhas brancas e glutamato de sódio, mais azeite, banha de porco, do que óleos vegetais, mais cereais integrais como centeio, aveia, lentilhas, quinoa, linhaça, boas fontes de fibras que auxiliam na saciedade e na redução da resistência insulínica, proporcionando assim menos radicais livres, mais antioxidantes e diminuindo a inflamação crônica no corpo. 


Na próxima semana vamos conversar sobre sinais e sintomas estranhos que podem indicar mau funcionamento dos intestinos. 

 

Dra.Jhelly Valcanaia 
CRM MS 8149 RQE 5291


 

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