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ENTREVISTA

Novas tecnologias no diagnóstico e tratamento das arritmias cardíacas

Hudson Lauro / Thayana Freitas , de Campo Grande17/02/2021 - 11h00
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Hoje falaremos sobre a arritmia cardíaca, também conhecida como disritmia ou "palpitação", essa patologia é uma alteração nos batimentos do coração que acometem em média 5% da população, com tipos leves a graves. Pela relevância destes dados, entrevistamos o médico cardiologista Dr. Guilherme Luís Bertão, que nos conta um pouco mais sobre este tema e destaca como a capital está estruturada para o tratamento e prevenção da arritmia cardíaca.

Saúde MS - Como é feito o diagnóstico deste tipo de doença cardíaca?

Dr. Guilherme – Temos referências de que a arritmia cardíaca é uma situação comum, onde 5% ou mais da população possui algum tipo de arritmia. Existem algumas situações que nos levam ao diagnóstico. As primeiras observações são as queixas do paciente sobre a percepção dos batimentos, acelerados.  Felizmente a maioria das arritmias são benignas, quando encontramos um perfil de sintomas e queixas buscamos avaliar profundamente o caso para diagnosticar a doença. 

Saúde MS - Existe uma faixa etária para o aparecimento ou agravamento da arritmia cardíaca? 

Dr. Guilherme – Vai depender muito do tipo de arritmia. Temos o tipo relacionado com a idade avançada. Temos também aquelas que aparecem em jovens e até em crianças. São tipos totalmente diferentes de uma mesma doença. Sempre é uma questão de alteração do estímulo elétrico do coração e suas causas são variantes. No geral, pessoas idosas tem mais chance de terem, hipertensos, diabéticos, pessoas com problemas cardíacos já prévios, ou infartados, são uma parcela da população que corre mais riscos, porém ela pode acontecer em indivíduos sem nenhum problema anteriormente inclusive em jovens.

Saúde MS – Existem outros sintomas que levam ao diagnóstico?

Dr. Guilherme – Sim existem vários outros sintomas como cansaços, tonturas, desmaios, dores no peito são sintomas frequentes.

Saúde MS - Quais os tipos e tratamentos que existem para combater essa doença? 

Dr. Guilherme – Para cada tipo existe um tratamento específico, porém existem várias classificações que fazemos da arritmia cardíaca. De uma forma geral temos a bradicardias, aquelas onde o coração bate muito lentamente, e as taquicardias onde o batimento está muito acelerado. As bradicardias mais severas, onde o coração bate muito lentamente, são tratadas com marcapassos, um dispositivo implantado no coração para conseguir, de forma artificial, programar uma frequência cardíaca para este paciente.  
Já as taquicardias são tratadas com diversos medicamentos e procedimentos com o cateter - a ablação por radiofrequência, ou com dispositivos implantáveis que lembram o marcapasso, mas  tem uma função extra da antitaquicardia revertendo as arritmias quando o coração bate muito acelerado inclusive com choques elétricos.

De uma maneira genérica, a principal divisão se dá por esses dois tipos, porém dentro dessas categorias ainda existem outras predefinições, que necessitam de uma avaliação minuciosa por parte do cardiologista, pois a gama é grande e os subtipos são muitos.
Temos o caso das arritmias que podem levar a morte súbita, muitas vezes a pessoa tem um ataque praticando esportes e sucumbe por não saber que existia uma condição de arritmia ainda não avaliada. Isso nos lembra também da importância de se fazer um acompanhamento médico antes de praticar exercícios físicos para evitar futuros problemas, como este.  


Saúde MS - Quais foram os avanços tecnológicos que a ciência trouxe para combater essa doença?

Dr. Guilherme - Atualmente os medicamentos não tiveram grandes evoluções para evitá-las ou controlar essas arritmias, mas os dispositivos tiveram e ainda tem um avanço grande. Marcapassos reduzem os seus tamanhos e suas baterias duram mais, hoje em dia pacientes tem uma vida muito próxima do normal e o funcionamento do coração segue em ritmos aceitáveis. Temos avançado muito nestes dispositivos.

Em Campo Grande temos a disposição tecnologia de ponta neste campo, fazemos implantes de monitores de eventos por dois, três anos realizando a leitura do ritmo cardíaco do paciente e sinalizando picos de alterações nos batimentos do coração. Temos aparelhos que oferecem terapias antitaquicardias mais graves, enfim, estamos numa situação bem confortável neste sentido.

Saúde MS – Esta doença é hereditária? 

Dr. Guilherme – depende de alguns fatores, temos diagnósticos que podem ter a causa devido ao estilo de vida, condições adquiridas, que aparecem principalmente para quem já teve infartos e de envelhecimento natural. Existem também os tipos com alterações genéticas, onde o indivíduo possui um coração estruturalmente normal, porém com alterações elétricas que predispõe as arritmias malignas, então, quem têm familiares diagnosticados devem procurar o cardiologista para prevenir qualquer tipo de alteração nos batimentos cardíacos.

 


Dr. Guilherme L. Bertão
Cardiologia e Arritmias Cardíacas
CRM 7401 I RQE/MS 4481
Cardiologista – Título de especialista em cardiologia pela SBC
Arritmologista – Título de proficiência em arritmias cardíacas pela Sobrac
Professor da disciplina de cardiologia da UFMS
Médico responsável pelo setor da Arritmias da clínica Duocor
 

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